O título acima assusta e nos remete de imediato a um raciocínio único: a pandemia já quebrou e vai continuar quebrando muitas empresas.
Em parte, é verdade, pois há mais de um ano vivemos um período economicamente atípico. Não resta dúvida de que, em muitos casos, essa questão tem a ver com os tempos que vivemos.
Mas isso não é tudo.
O índice de falências de empresas brasileiras, até agora, tem mantido a sua tendência histórica, com ligeira propensão de alta. Isso significa que, do total de estabelecimentos criados a cada ano, pelo menos 50% deles – agora talvez um pouco mais – não alcançarão o seu quinto ano de vida. A causa pode sim estar atrelada à economia em tempos de pandemia e às consequentes reações da sociedade; mas a falta de preparo para a gestão profissional do empreendimento sempre foi e permanece sendo a principal razão de números tão altos.
Empreendedores que fracassam em seus negócios falham principalmente ao planejar a entrada no mercado. Falham ao delinear a sua estrutura de funcionamento, ao definir os produtos ou serviços a serem oferecidos, na prospecção e atendimento aos clientes, no estilo de vendas, etc. E é claro que, com todas essas falhas, a pandemia passa a ser apenas mais um fator de instabilidade e, consequentemente, mais um motivo de insucesso.
As preocupações iniciais básicas, embora possam parecer complexas, é o que determina a perenidade do negócio e o nível de domínio que o empresário terá para desenvolver a sua empresa.
É possível conhecer as competências necessárias para organizar e alavancar uma empresa, principalmente quando se pode contar com ajuda profissional externa; mas, mesmo contando com uma consultoria eficiente, é difícil buscar o equilíbrio ideal das três personalidades que existem dentro de um empresário: a técnica, a administradora e a empreendedora.
Hoje sabe-se que os empresários de sucesso são aqueles que são 10% técnicos (expert no produto/serviço oferecido), 20% administradores (voltados para a ordem, estrutura e sincronia do negócio) e 70% empreendedores (visão, paixão, foco no mercado). A existência de uma proporção muito diferente nessas personalidades pode decidir o fracasso e, por consequência, a falência da firma recém constituída. O conflito dessas três personalidades gera o travamento da rotina e dificulta o sucesso.
As competências para se criar uma empresa bem-sucedida, representam os fatores críticos que produzem a sinergia necessária entre as personalidades de empreendedor, técnico e administrador.
Identificar as competências essenciais que lhe faltam é o grande dilema de qualquer empresário iniciante. Como saber quais as que existem em excesso e como suprir as carências para que o negócio se desenvolva, conquiste clientes e os mantenha satisfeitos e aptos a repetirem a compra?
Aqui vai o meu conselho: leia tudo que puder sobre administração, marketing e vendas. Consulte especialistas que possam auxiliá-lo na elaboração de um plano de investimento. Crie a sua visão – o seu sonho para o negócio – e trace metas para você e para a sua equipe e, o principal, tenha uma administração financeira bem estruturada. Saiba com precisão onde cada centavo está sendo investido.
E para finalizar, acredite que tudo isso jamais será possível sem que você tenha um bom suporte contábil e financeiro. Ninguém faz sucesso sozinho!
Milton Braz Bonatti